sábado, 3 de outubro de 2009

É melhor ser esquecido

"Escrever código que computadores entendem é fácil.
Difícil é escrever código que humanos entendem"

Em algum momento - provavelmente quando eu ainda era estudante - alguém me disse isso. E foi muito antes de ler os milhões de blog posts que comparam programação ao ato de escrever um texto qualquer. Mas o fato é que estas palavras ficaram na minha cabeça e hoje, trabalhando em uma grande empresa, com muitos engenheiros, vejo a importância de se expressar claramente com o seu código.

Como bem lembrou o nosso amigo Torsten, o sistema será sempre modificado e consequentemente alguém precisará alterar o seu código muito em breve.

Neste momento, entender o que você quis dizer com aquele emaranhado de if blocks aninhados até o quinto nível transformará uma simples tarefa em um pesadelo. Por isso, recomendo, preze pela clareza do seu código, escreva para os outros entenderem, não para você.

Leia, releia, leia, releia! Tenha certeza que o que está escrito é o que você quis dizer. Mesmo nos momentos de emergência. Lembre-se, emergências sempre existirão, o projeto sempre estará atrasado, mas quem vai pagar o preço das linhas de código mal escritas será você... ou o próximo micoderealejo.

Infelizmente, todo este esforço será em vão. Codificar bem é uma tarefa ingrata: você raramente será lembrado pela sua clareza, pelo seu cuidado. Ou melhor, será lembrado, sim, mas após anos de trabalho consistente.

Por outro lado, bastarão poucas linhas mal escritas para que você seja odiado. E durante as horas perdidas para entender, consertar ou melhorar aquelas linhas que, por alguma emergência do momento, você decidiu escrever de qualquer maneira, desejarão que seus dedos sejam dilacerados, um a um, lentamente, para que nunca mais você escreva uma linha de código se quer!

Por isso, quando estiver programando, não espere recompensa maior do que ser esquecido. Sua reputação será construída no infinito.

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